Corpos enroscados
suados, melados
em busca da
mais pura
essência
do
prazer...

(Rafael Junior)

quarta-feira, fevereiro 28, 2007


Vício


Você

Meu osso

Meu ócio

Meu ópio

Que alimenta

Meu nervo óptico

Meu negócio

É esse

Ser seu sócio

No precipício

De ser

Só isso

Só cio...


( Raiblue )



p.s.:Texto registrado na biblioteca nacional

domingo, fevereiro 25, 2007





Sexo verbal



"Deixe que meus versos

Beijem sua carne

Provoquem seus sentidos

Alterem seu pouco juízo

Verbos, versos, vontades

Na ponta da caneta e da língua

Sua boca desponta
Crua, molhada, rubra

Licorizada

E me toca, me morde

Me explora, me engole

Boca adjetiva e verbal

Vou traçando sua geografia

Uma simetria

Entre poesia e orgia

Geometria perfeita

Que escalo a cada verso

E me arremesso

Num vôo livre

Pervertido, proibido

Deparo-me com seu sexo

Viril, robusto, totalmente desnudo

Entregue aos meus vícios

Aos meus delírios mais absurdos

Lhe viro e reviro

Com minha língua afiada

Navalha cortando os versos

Direcionando a estrada

Encontrando as rimas

Certas, alternadas

Vai- e- vem de palavras

Descontroladas

Até que a caneta falhe

Entre 'vai','vem' e 'ais'

Com nosso gozo delicioso

E a tinta escorra

Entre minhas pernas

E o poema se torne

Poesia concreta

Transformando-se em mar

Encharcando o papel

Nos diluindo

No meio dos versos

Nosso habitat..."




( Raiblue )




p.s.:Todos os meus textos estão registrados na biblioteca nacional.Lembrando que plagiar é crime!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007




Traquinagens


Brinca comigo

Sou seu parque de diversão

Sua maçã caramelada

Minha boca insana molhada

Serpenteando seu corpo em brasa

Faz dos meus montes

Em cima e embaixo

Seu tobogã

Escorrega, desliza

Na minha pele macia

Sou sua cortesã

Sobe e desce por entre as bandas

Gira na roda gigante

Dos meus pensamentos

Me atiça, me assanha

Mergulha no meu umbigo

Sua língua

Meu doce veneno

E nesse carrossel de sensações

Geme,treme,delira,vibra,devora

Implora meu feitiço

Seu vício, ser meu...

Então obedeço

Lhe pego de jeito

Lhe transporto

Para uma terceira dimensão

Exploro,escalo,sugo,mordo,lambo, roço

Molho, assopro,movimento,rebolo,provoco

Lhe molho, me encharco

Enquanto todos gritam

No trailler imaginado

De medo,de aflição

Diante de um filme de ficção

Depois da ebulição

Liquefeitos ficamos

Gozamos na escuridão

No meio da multidão

Nosso filme

Sexo na quarta dimensão...




(Raiblue)

terça-feira, fevereiro 20, 2007


Sonhos líquidos

“Estive com ele
Numa noite delirante
Extasiados estávamos
Eu e meus amigos
Ele, um desconhecido
Que se juntou a nós
Num total desatino
Enquanto minha amiga
Brincava com a sua boca
E ele, com a gruta dela
Eu me divertia
Com seu falo
Falando obscenidades
Roçando minha língua
Chupando com vontade
Lambia suas coxas
Mordia, massageava
Em todos os entornos brincava
Quanto mais chupava seu mastro
Mais alucinada ficava
Não conseguia parar
Hipnotizada por aquela paisagem
Exuberante, excitante...
Ele tentava escapar
Mas eu segurava suas mãos
Queria vê-lo no limite
A um triz de enlouquecer...
Enquanto isso
Meu amigo penetrava
Minha carne
Cavalgando pelos meus canais
Invadia-me por trás
Sabia o ritmo preciso
O que me empolgava mais
Íamos os quatro
Numa mesma viagem
Três amigos e um desconhecido
Uma total sacanagem
Sem culpas, sem planos
Sem margens
Éramos um rio transbordando
Pelo o horizonte da liberdade
Equalizados
Numa mesma freqüência
O gozo veio profundo
Intenso, múltiplo
Entre gritos e sussurros
Desvairados...
E até hoje procuro
Aquele desconhecido
Enigmático e avantajado
Ansiando senti-lo
De todas as formas
Busco seus rastros
Não vi seu rosto
Mas, como fêmea
Felina que sou
Sou capaz de reconhecê-lo
Pelo cheiro, pelo tato
E pelo falo único, incomparável...”

(Raiblue)

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

E O VERBO SE FAZ CARNE

"Vem, dança comigo
Desliza sua mão
Na fenda lateral
Do meu vestido
Toca minha pele
Veludo de pêssego
Pronta pra ser degustada
Vem,me agarra
Aperta -me
Contra a parede
Do tempo
Incendeia
Meus pensamentos
Obscenos, felinos
Vem, quero senti-lo animal
Roça seu punhal
Molha meu jardim
Atravessa minha carne
Trêmula, sob o vestido
Vem, meu samurai
Num passo de dança
Leva-me até a varanda
Onde só a lua
Nos acompanha
Cúmplice
Da nossa façanha
Desloca a fenda lateral
Pro meio das minhas pernas
Mete suas mãos de poeta
Faz versos escandalosos em mim
E o verbo se faz carne
Escaldado por nós temperado
Explora meu jardim
Desvenda meu segredo
Sem calcinha
Já lhe esperava
Vem, corta-me com seu punhal
Num movimento gostoso
Rimas livres, ritmos ardentes
Tiro sua camisa
Você arranca meu vestido
Nos despimos ali
Das roupas e dos pudores
Não havia mais nada
Além de nós
E uma música
Que ritmava
Nossa dança
Obscena salsa
Anunciando
Nosso gozo
Crescente
Como a lua...

(Raiblue)

terça-feira, fevereiro 06, 2007




















TEJE PRESA
(pena máxima)

“Cavalga comigo
Amor, a noite inteira
Ensina-me suas taras
Fala-me sua língua bendita
Infinitamente ecoando em mim
Pelos poros, ouvidos, sentidos enfim
Faz minha púrpura flor se abrir
Abusa dela e ela irá delirar
Algema minha alma
Mas solta minhas mãos
Quero explorar seu corpo
Minha tentação
Vendarei seus olhos

Ampliarei sua visão
Levarei você ao paraíso perdido
Pode vir,é doce o perigo
Entrega sua carne
Ao doce deleite da minha
Venha, sou a senha
Que lhe assanha
E você me condena
À mais escandalosa pena
Vem meu cavaleiro
Prenda-me em seu castelo de carne
Meu céu vermelho, minha arte
‘Teje presa” é o que quero
Prisioneira eterna
Dos seus beijos, seu sexo
E do seu império!”

(Raiblue)



segunda-feira, fevereiro 05, 2007














POR BAIXO DO PANO...


Velas acesas
Olhos nos olhos
Jantar sob a mesa
Começam nos olhares
As secretas preliminares
Por baixo do pano,os sexos ardem
Toalha de renda
Calcinha de algodão
Dedos vibrando
Gemidos controlados
Movimentos acelerados
Tesão descontrolado
Sobre a toalha de renda, me rendo
A vela se apaga e a gente em brasa
Se comendo, banquete deliciosamente obsceno ...

( Raiblue )



















BEIJO

Línguas
Mergulham
Na saliva
Ondas no horizonte
Da boca
E da mente
Beijo
Alucinógeno
Natural
Santo Daime
Transcendente
Despertando
A divindade
No interior da gente
Fruta afrodisíaca
Portal para
O pecado original
Babel diferente
Onde todas as línguas se entendem
Ainda que as almas não combinem...

( Raiblue )

quinta-feira, fevereiro 01, 2007













COMA

"Entre em minha vida
Entre pedras e feridas
Vá abrindo caminhos
Entre minhas pernas, seu ninho
Me tire do coma
Me coma,me coma,me coma..."

(Raiblue)



















VOCÊ


"Violino
Vinho
Vontade

Vestido
Vermelho
Veludo

Vozes
Vertigens
Vendaval

Vela
Vento
Viagem..."

(Raiblue)