E O VERBO SE FAZ CARNE
"Vem, dança comigo
Desliza sua mão
Na fenda lateralDo meu vestido
Toca minha pele
Veludo de pêssego
Pronta pra ser degustada
Vem,me agarra
Aperta -me
Contra a parede
Do tempo
Incendeia
Meus pensamentos
Obscenos, felinos
Vem, quero senti-lo animal
Roça seu punhal
Molha meu jardim
Atravessa minha carne
Trêmula, sob o vestido
Vem, meu samurai
Num passo de dança
Leva-me até a varanda
Onde só a lua
Nos acompanha
Cúmplice
Da nossa façanha
Desloca a fenda lateral
Pro meio das minhas pernas
Mete suas mãos de poeta
Faz versos escandalosos em mim
E o verbo se faz carne
Escaldado por nós temperado
Explora meu jardim
Desvenda meu segredo
Sem calcinha
Já lhe esperava
Vem, corta-me com seu punhal
Num movimento gostoso
Rimas livres, ritmos ardentes
Tiro sua camisa
Você arranca meu vestido
Nos despimos ali
Das roupas e dos pudores
Não havia mais nada
Além de nós
E uma música
Que ritmava
Nossa dança
Obscena salsa
Anunciando
Nosso gozo
Crescente
Como a lua...
(Raiblue)
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