Renascimento
Faça-me sentir
A carne viva
Com unhas e dentes
Adentre nas camadas
Mais profundas
Da minha epiderme
Até jorrar o vermelho
Que silenciosamente
Corre lá no fundo
Minha dor, meu amor, meu absurdo
Preencha meus espaços
Entre beijos e amassos
Quebre minha resistência
Me convença
De que tudo vale a pena
Devolva-me os sonhos
Faça em mim um poema
Versos de carne, sem rimas
Onde a língua passeia
Sem censura, obscena
Tatuagem do amor
Que escorre das nossas cenas
Apague o preto e branco
Das minhas histórias antigas
Com a tinta colorida da sua saliva
Renascimento, novos tempos
Nova era, sem moralismos
Traga-me o perfume do seu sexo
Essência afrodisíaca, meu remédio
Eu lhe imploro movimento
Um impulso que me faça sair
Por um momento
Do fundo do meu abismo
Quero suas mãos no meu corpo
E os meus pés soltos do chão
Quero a explosão do gozo
Da carne e do coração!
(Raiblue)
P.S:Poesia registrada na Biblioteca Nacional
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