Blues, Xerez e poesia
“Dedilho sua pele
No silêncio do meu quarto
Blues suave e delicado
Sua imagem
Refletida
No espelho
Do meu pensamento
É um maremoto
Que faz tremer
Meus vales
Meus labirintos
Vibrações de ‘ais’
Que saem dos meus canais
Por onde tantas vezes
Você navegou
Saboreio o nosso Xerez
Agora numa taça azul
Aquele mesmo
Que, em muitos momentos, bebi
Na sua boca carmim
Mudando a cor do meu céu
Éramos doce explosão
Satélites que captavam
A mais curta onda
Misteriosa atração
Imãs no mar da sedução
Por um instante
Minhas mãos ainda molhadas
Do poema inacabado
Que procurava por ti
Não resistem
E, sob a mesa,
Minhas pernas se abrem
E meus dedos lhe encontram
Agora de outro jeito
Banham-se no meio do mar
Do meu desejo
Onde você sempre está
A ondular...
O maremoto passa
Minhas águas se acalmam
Minha língua volta a se banhar
Nos versos
E eu tomo mais um gole de Xerez...
Nas entrelinhas,adormeço sobre você"
(Raiblue)
p.s.:texto registrado na biblioteca nacional
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